domingo, 31 de março de 2019

Papo chato e gente sem noção.

Jurei que não iria falar sobre o tema. Peço respeito pela área de comentários e rogo que não vire uma arena de gladiadores extremistas. Em março de 1964, eu tinha quase 2 anos, porém até 1985 eu pude comprovar, ouvir e até sentir o medo inerente a esse período da história brasileira, seja lá como você queira chamar.
Às vezes, não entendemos a afinidades com as pessoas. Conheci em 1987, o grande poeta de Curitiba. Em umas três caronas pude ouvir de sua própria alguns depoimentos que hoje são públicos. Quando penso em 2019... ressurge a afinidade e retrataria igualmente os nossos dias de tolices toscas e de uma população que transformou ao meu ver a política em torcidas de futebol organizada... o que requer muita paixão e nenhuma razão.
Paulo Leminski caçoava da ditadura – o lema “Brasil, ame-o ou deixe-o”, por exemplo, foi transformado em “ameixas/ ame-as/ ou deixe-as”. Suas piadinhas infames diziam que não se deixariam levar pelo medo. Ao mesmo tempo, o vazio de seus poemas, a falta de assunto, a necessidade da brincadeira como forma de sobrevivência, também diziam que não era o Estado ordenar para se ser feliz. De outro lado, sacaneava também a esquerda resistente. Para ele, aqueles ideais não faziam mais sentido e ter planos para o futuro era inconcebível para uma nova geração. 

domingo, 17 de março de 2019

Redes Sociais, qual é a culpa?

Muitas pessoas vociferam e culpam as redes sociais pelas mazelas que passamos. Eu fico um pouco apreensivo e como um profissional da área de comunicação, não consigo crucificar e muitos menos sentenciar as redes sociais negativamente. Teoricamente, os comunicólogos tiveram que rever os conceitos teóricos com a evolução do mundo digital. Mas, o fato é que as redes sociais e principalmente o conceito de mídias sociais repetem o momento de críticas de TV e Rádio, quando se tornaram novidade em função de jornais e revistas que os antecederam.

A surpresa é realmente esse julgamento de ferramentas que compartilham e divulgam informações. A interatividade e agilidade faz nos viver um momento que gera exaustão na sociedade. E talvez seja essa a sensação que induz ao erro de esquecer os reais culpados (se é que existem). A grande culpa é do ser humano. Fakenews e hoax são apenas boatos, calúnias ou simplesmente fofocas turbinadas pela tecnologia nossa de cada dia. Se alguém leva uma facada, a culpa é da faca? Se alguém é alvejado por uma arma de fogo, a culpa é da arma? Se alguém é atropelado, a culpa é do carro? Não. Jamais. Tem sempre um ser humano por trás. 

Quem deixa um desafeto frequentar sua casa. Quem deixa se contaminar por falatórios maldosos sofrerá consequências. 

O Facebook se tornou um ambiente digital popular e populoso, além de ser uma terra de ninguém.  Não gosto de aglomerações e muitas vezes a vida me obriga a transitar por lugares que não gosto e até são perigosos. Mas, nesse “mundão de meu Deus”, a minha postura é a mesma. Só entra na minha vida quem conheço e só respeito quem me respeita. Cada qual que se responsabilize por aquilo que publica.

O Twitter é um verdadeiro haikai da era digital. Mudou muito da sua concepção inicial de 144 caracteres, porém por sua estrutura de conteúdo mais enxuto, às vezes consegue ser meio danoso. Confesso que ali sou de muita observação e pouca publicação.

O Instagram há pouco tempo abriu suas fronteiras para além adolescência e hoje cresce para todas as idades. Tenho achado bem bacana e muitas fotos são interessantes. Percebo ali um plus de vaidade.

Não podemos esquecer os stories. As pessoas ainda se lambuzam por ali sem saber bem a utilização. Não sei, mas parece que deverá saturar rapidamente.

LinkedIn. Sou fã total. Tem bobagem e vaidade por ali? Ah! Tem. Mais bem menos. A possibilidade de perfis fakes é quase impossível. Sua história profissional, personalidade e depoimentos são a vitrine que você efetivamente. Mentira por ali é rapidamente descoberta.

O WhatsApp fecha o quadro de dados cruzados com Facebook e Instagram por serem de uma mesma empresa. Ou seja, se alguém está em uma, provavelmente estará em todas. Uma rede já sugere o contato da outra.

É urgente que as pessoas repensem. A informação que antes demorava dias ou meses para ser disseminada, agora é instantânea. Pense bem. Parafraseando Exupéry: “tu te tornas eternamente responsável, por aquilo que publicas ou compartilhas”. No mais, sempre será o ser humano responsável por tudo. Vamos fazer o mundo melhor? Essa era a antiga questão. Agora vale: vamos tornar o mundo digital melhor?