Nunca tive medo da morte. Talvez por influência dos
textos de Jorge Luis Borges, eu sempre imaginei de forma banal e corriqueira como seria esse misterioso instante. Claro que essa
tranquilidade só existe, quando penso nesse momento “x” como decorrência da
velhice e na evolução natural da vida! Minhas crenças (que passam pelo
catolicismo e espiritismo kardecista) fazem também que eu aceite a morte
sem ser um fim!
Hoje pela manhã... muito cedo eu morri! E falo isso porque
foi muito real! Sonhei que estava deitado e amarrado em um divã. De repente, uma
pessoa de rosto conhecido atende ao pedido de outra e injeta em uma veia de meu
braço direito um líquido supostamente venenoso.
E ele ainda falava:
- - Mais alguns segundos e ele morre.
Quando o ouço... o fato se consuma e em um flash eu reforço:
- - Morri!
Eu estava morto e a sensação foi um misto de pânico breve e
alívio intenso! Não era algo desconhecido, pois eu tinha a sensação de já saber
tudo que estava acontecendo.
Nesse flash... o que eu via antes colorido ficou em preto e
branco, porém rapidamente transformou-se em um colorido maravilhoso e sem igual. O momento “x”
foi como se eu tivesse sufocado, mas foi ficando leve e prazeroso respirar.
Estava só e tudo em volta sumiu! E aí me perguntei:
- E agora?
- E agora?
Não tinha medo, mas estava surpreso como algo estivesse acontecendo
na hora errada.
Um novo flash...
... eu me senti sufocado e estava deitado
na minha cama! Sentia falta de ar. Era como alguém me estrangulando e que gradativamente tirava as mãos do meu pescoço.
Levantei. Respirei. Chequei coisas banais para confirmar
onde estava.
Pensei:
- Estou vivo! Mas... com certeza eu morri! Nada como um bom
café!