domingo, 23 de abril de 2023

As pessoas ainda leem blogs? Ou os podcasts os massacraram?

 

O auge dos blogs no Brasil ocorreu na primeira década do século XXI. Foi um período em que os blogs se tornaram uma forma popular de compartilhar informações, opiniões e experiências na internet, antes das redes sociais se tornarem tão expressivas. Os blogueiros podiam escrever sobre uma ampla variedade de tópicos, como moda, beleza, estilo de vida, viagens, tecnologia, entretenimento, política e muito mais. Além disso, os blogs também eram uma fonte confiável de informações e opiniões, já que muitos blogueiros escreviam sobre suas experiências pessoais e compartilhavam suas opiniões de forma autêntica. Os blogs também permitiam interações em forma de comentários, o que gerava discussões e debates online.

Este, o Escrevendo Sem Compromisso, não foi meu primeiro blog. Comecei com o Tudo 1 Pouco, que infelizmente o UOL – Universo Online descontinuou há alguns anos. Criei polêmicas, me diverti e emocionei. Fui premiado pelo próprio UOL com o selo “Blog Legal”. Porém, eu senti uma grande porrada com aa cobrança de periodicidade, temas e posicionamentos. E refleti... qual a importância de lerem o que escrevo. PAREI! Mas, o prazer de escrever foi maior. E voltei com uma nova proposta de publicar quando eu quisesse.

Entretanto, com o surgimento e popularização das redes sociais, como o Facebook, Instagram, YouTube e Twitter, muitos blogueiros migraram para essas plataformas, que ofereciam uma exposição ainda maior e maior interação com o público. Isso, aliado a mudanças nos algoritmos de busca e nas preferências dos usuários, levou a uma diminuição na relevância dos blogs como uma forma dominante de compartilhar conteúdo online. Não foi meu caso!

Atualmente, os blogs ainda têm seu espaço e muitos continuam ativos, com blogueiros dedicados e uma base de leitores fiel. O auge dos blogs no Brasil foi um momento importante porque acima de tudo, os blogueiros tiveram uma voz influente e contribuíram para a formação de comunidades online em torno de interesses específicos. Como profissional de comunicação e marketing, eu me assusto com a fragilidade de linguagem e dos meios de comunicação. Penso que essa linha rasa de conteúdo na maioria das vezes beira o irresponsável, e a agilidade de publicações induzem ao erro e propositalmente ou não remetem para as famosas “fake News”.

Mas, fato é que não vejo mais a força que os blogs tinham. E de qualquer forma, mais do que escrever eu sinto uma vontade enorme de me comunicar. A minha carreira de dramaturgo está um pouco adormecida. Pensei então em desativar este blog e começar um podcast.

Percebi que um podcast não exclui um blog. Pela mágica da convergência das mídias, uma iniciativa pode se associar a outra. Existe uma relação conceitual entre blogs e podcasts. Ambos são formas de mídia digital que permitem a criação e o compartilhamento de conteúdo online. Embora sejam diferentes em termos de formato e apresentação, blogs e podcasts compartilham algumas características semelhantes.

Blogs e podcasts podem compartilhar temas de conteúdo semelhantes e até mesmo serem complementares. Posso ter este velho blog associado a um têm podcast. Penso também que posso rever e discutir os tópicos já publicados em formato de áudio ou vídeo. Além disso, eu vou fornecer transcrições de episódios, links relacionados e outras informações adicionais.

Em breve, volto com novidades. Já tenho o nome: "Descompromissados no Ar". É divertido e descontraído, e faz referência ao tema do meu amado blog e adiciona um toque de dinamismo ao formato de um novo podcast.

Se você não gosta mais de leituras longas... em breve poderá me assistir em áudio ou vídeo.

domingo, 18 de abril de 2021

Esse cara sou eu... é você... somos todos nós

 As notícias nos dão conta que em 19 de abril de 2021, o cantor Roberto Carlos completa 80 anos. Falar sobre o maior artista popular brasileiro é desnecessário. Eu não sou exatamente seu fã, porém no decorrer dos anos e agora em uma idade de consolidada maturidade, eu o reverencio. E a postura mínima que tenho a ele é de profundo respeito.

Roberto Carlos no programa Jovem Guarda - TV Record

Puxo na memória e me lembro ainda muito criança do programa “Jovem Guarda” na antiga TV Record... era algo muito divertido e animado que em meados dos anos 60 faziam um fervor nas tardes de domingo. A minha querida Vera, prima já jovenzinha se divertia tentando fazer meus penteados iguais do RC.

Anos mais tarde, adolescentes da minha faixa etária e mais “moderninhos” tinham uma tendência a achá-lo “cafona” (gíria da época).

Certa vez, uma amiga me definiu RC como quem cantava em suas músicas o que todo mundo falava... isso ficou em minha cabeça.

Em 2012, eu recebi um convite para inauguração de uma casa de shows em São Paulo com o show de Roberto Carlos. Eu quase declinei, mas percebi que era um evento social importante para minha vida profissional... e fui. As pessoas histéricas e as mulheres em especial alucinadas. Eu impressionado com a estrutura do evento cheguei bem blasé! O show começou e na primeira música a frase de minha amiga veio à tona. Roberto é um intérprete incrível e cada a canção uma introdução que emocionava mais que a outra. Descobri quem era o “cão que o esperava no portão latindo”, as histórias de amor, do seu pai, de sua mãe e constatação de que eu conhecia todas as músicas e cantarolei todas. 


Sai do local com lágrimas nos olhos e com vontade de pedir desculpas ao RC. Não virei seu fã. Mas o respeito ficou imensurável. Ele é a trilha sonora de uma País inteiro. Sabe algo como a oração do Pai Nosso ou Ave Maria, que mesmo que não compartilha de religiões cristãs conhecem de cor? É isso! Gostar do RC não é relevante, admitir que conhece e sua obra é o mínimo de respeito a ele.

Obrigado Roberto Carlos!
Obrigado por muitas vezes te ouvir e identificar trechos da minha vida!

#rc80anos #robertocarlos80anos


terça-feira, 4 de junho de 2019

Credibilidade da informação, checar para não ser cúmplice

A internet tornou o mundo muito menor e também muito mais caótico por conta da facilidade de interação e da avalanche de informações. As redes e mídias sociais deram a cada indivíduo  o poder de comunicação global, e mais ainda propiciaram a possibilidade de cada um pautar a mídia e o impacto dessa quebra de paradigma no cotidiano é incalculável e até perigoso.

O poder que as redes sociais adquiriram em um sociedade hiperconectada faz com que um assunto sejaardentemente “triturado” e torna-se referência para todos veículos de comunicação, o que aumenta a sua repercussão e divulgação. A mídia não tem mais em seu modelo tradicional a prerrogativa de como as notícias são produzidas. Ao se assistir os principais telejornais fica claro o percentual de informações que trazem como fonte as redes sociais. Mas e a credibilidade? Com fica? Diz a lenda que se existe um grupo de três pessoas, a fofoca já se estabelece quando um deles se ausenta.

Orson Welles na CBS Radio
Boatos e fofocas não são novidades e são inerentes ao convívio social. As falsas notícias sempre foram utilizadas pela humanidade, inclusive, em guerras, eleições e em toda e qualquer disputa. Há mais de 80 anos Orson Welles disseminou pânico pelos EUA pela rádio CBS com “A Guerra dos Mundos”, uma ficção científica (baseado na abertura do romance de H. G. Wells) que acabou parecendo um noticiário. 

Porém, num mundo globalizado, virtualizado, digital, midiático, as informações voam em tempo real e sem limite de fronteiras. A facilidade de disseminação geraram uma situação nunca antes vista, abrindo espaço propício para mal intencionados e assim foi batizado com o termo fake news.

Atualmente, o controle da informação deixa de ser da imprensa e passa a ser do público. A opinião pública passou a ser modelada na internet e não mais na opinião publicada. A informação que sempre foi valiosa, tornou-se um dos bens mais preciosos da atualidade. Ter informação é ter poder. Este é um trabalho enorme que nos consome cotidianamente. Ou checamos o tempo todo tudo que nos chega sem até percebermos, ou seremos tolos e reféns de uma massa enorme de gente com caráter duvidoso e interesses escusos. Tentei alertar amigos e contatos que tenho um afeto, mas desisti. A maioria entra na onda e surfa de mãos dadas com a mentira e a ilusão. Fazer o que? Triste, não é?

quarta-feira, 17 de abril de 2019

Faça da Rede, uma Mídia Social

No início do Século XXI, as redes sociais foram o grande salto da disseminação de um mundo tecnológico, socialmente falando. A febre inicial do extinto Orkut fez com que milhões de pessoas começassem a interagir freneticamente. Não podemos esquecer daqueles iniciados que já traziam na bagagem o ICQ e o MSN Messenger.

O conceito de Mídias Sociais e até Mídias Digitais surgem com o uso corporativo e de negócios nestas plataformas e também como um meio de comunicação eficaz para as mais atualizadas estratégias de marketing. Toda essa revolução deu até “um nó” nos estudiosos de Teoria da Comunicação. Enfim, até hoje não se chegou a uma conclusão se falamos em ações de massa ou dirigidas. Fato é, que qualquer empresa, de qualquer tamanho e segmento não pode estar fora do grande universo digital. A luta é enorme também pela qualidade das informações, já que a facilidade de publicação de conteúdos gera uma falsa sensação de um “vale tudo” sem fim. Uma mídia social nada mais é do que o nome que as empresas utilizam para a comunicação com seus clientes e pessoas em geral. É a chamada nova mídia. Essa comunicação acontece por meio do FacebookTwitterLinkedIn e Instagram, dentre outras redes sociais.

            Não é porque você é um “heavy user” em seus perfis que o torna apto para trabalhar com competência para uma empresa. Existem profissionais muito bons e que se especializam nesse nicho crescente de “comunicação com o mercado”. Sou entusiasta e não consigo mais imaginar um plano estratégico de comunicação de MKT que não use a “nova mídia”. Porém, marketing é marketing e estará acima de todas estratégias. Pensar estrategicamente, planejar corretamente ainda é absolutamente orientador na execução destas ações digitais. Esse conjunto tem que estar sintonizado e só assim gerará resultados. Muitos erros e amadorismo estão travestidos de empáfia e arrogância de quem se acha autossuficiente em uma sociedade que se transforma a cada minuto. Adoro me sentir um aprendiz.

Vou listar algumas dicas que são mais pontos de reflexão e cuidados a serem tomados rotineiramente. Antes de qualquer coisa, não se meta a elaborar nada se você não tiver muito claro como um negócio ou organização se classifica. Antes das dicas, eu passo aqui conceitos que você precisa estudar e dominar para seguirmos em frente. Não é essa sua área de formação? Faltou em aulas importantes na faculdade? Então anote e pesquise. Hoje isso é bem fácil. Não tem como entender a sociedade capitalista que vivemos se você não souber no básico o que foi a Revolução Industrial. E olha que isso aconteceu bem antes de se falar em mercado e o seu indispensável estudo: a mercadologia (marketing).

Você fala com quem nas suas postagens e publicações? Domine a diferença de abordagem clara entre a comunicação B2C (business to consumer) e a B2B (bussiness to business). A primeira claramente fala sobre produtos que as pessoas compram para seu uso direto ou seja: a empresa e seu consumidor de produtos e serviços. A segunda fala da relação entre a empresa e os insumos, matérias primas e serviços que adquirem para seu funcionamento. De cara a primeira diferença é a quantidade de pessoas que vamos conectar.

Entender os diversos tipos de bens e serviços também são pilares para entendimento dos negócios. As empresas também tem variáveis importantíssimas. Elas podem ser públicas, privadas ou mistas. Podem ser multinacionais ou regionais. O tamanho também rege a abordagem, pois existem as microempresas, as de pequeno porte, as de capital aberto ou fechado entre outras. Empresas são como pessoas e tem comportamentos e necessidades específicas. O meio é o mesmo, mas a utilização corporativa desses revolucionários espaços digitais é muito diferente do que postamos em nossos perfis pessoais de qualquer rede social.

Vivenciei a rotina de algumas empresas em termos de comunicação digital e observo muitas outras (com erros e acertos) graças a minha postura observadora. Não tenho pretensão de ser “o dono da verdade”, mas consegui com isenção fazer uma lista de pequenas dicas. Atendo assim alguns pedidos de aconselhamento. 

Dicas:

1.   Considerando especificações de diferentes empresas, cada plataforma pode ser usada da maneira que melhor capitalize em resultados. O Twitter é perfeito para transmitir mensagens rápidas, curtas e que podem ter um grande alcance. As famosas hashtags são capazes de deixar um assunto em evidência, e ainda fazer com que outros usuários tenham acesso a ele. Corporativamente são a base de negócios que precisam atualizar a cada instante informações. Empresas de transporte em geral, desde companhias aéreas até de transporte urbano usam muito bem e chegam até ser o principal interface com seus públicos. Por outro lado, ao pensar em imagem de marca ou até o famoso B2B, seguramente o Twitter não será o principal meio a ser escolhido.

2.   O LinkedIn é bem focado. É muito utilizado para troca de contatos profissionais. No começo, as empresas divulgavam seus serviços e iam buscar pessoas para suas equipes, quando necessário. Existem críticas que o classificam como “batalha de egos” e até “vitrine de vaidades”. Há dois anos, eu pude conhecer mais de próximo a plataforma e fiquei maravilhado. Não há vida longa aos perfis fakes, pois não se consegue estabelecer uma rede. Individualmente, as pessoas precisam ter parâmetros reais de conexão. Os elos se formam em grande maioria por relações profissionais ou do passado acadêmico de cada um. Em estratégia, eu diria ser o oposto do Twitter, visto que a comunicação pode se dar por textos mais longos e opinativos. É o meio ideal para o B2B.

3.    O Facebook continua o meio mais popular de todos, apesar de ter perdido muitos usuários no Brasil e em todo mundo. É uma plataforma com a qual as pessoas mantêm um perfil com uma determinada rede de relacionamentos, onde postam fotos, notícias, enfim, tudo aquilo que acham interessante compartilhar. Existe uma grande diferença entre perfil pessoal e FanPage (páginas). A FanPage é destinada principalmente para empresas. Ali, os amigos são substituídos por curtidas, e essas curtidas variam de acordo com os conteúdos que estão sendo compartilhados no feed de notícias de seu negócio. Acontece de tudo no Facebook, mas é a rede que tem mais questionamento de credibilidade. Não podemos jamais desprezá-la. Chamada de “Terra de Ninguém” é como caminhar no meio do povão. Tudo pode acontecer e aí os bens de consumo de massa em todas sua vertentes reinam absolutos. O uso para endomarketing cresceu bastante com a sua variável “Workplace” que cria redes privadas.

4.    O Instagram tem uma dinâmica que se concentra nas postagens de fotos e promove interações como curtidas e comentários. Teve uma adesão inicial dos mais jovens e do meio artístico mais popular. Se uma empresa quer alcançar digitalmente mais pessoas é muito importante ter uma participação nessa rede social, que conquista uma relevância e aderência cada vez maior. Faça postagens periódicas divulgando imagens de produtos ou fazendo “chamadas” para que os usuários conheçam seus serviços e benefícios. Aqui é imprescindível um perfil atraente, de preferência com fotos profissionais. Hashtags? Recomenda-se usar uma média de 6 hashtags por legenda e que tenham o mínimo de relação com o seu conteúdo e divulgação. É a “bola da vez”.

5.    O WhatsApp, assim como o Instagram são de propriedade do Facebook. Fique atento, pois o cruzamento dos três são inevitáveis.

6.    Tenha seu negócio presente nas mídias sociais, e entenda o melhor foco, justamente para ter mais chances de receber respostas e feedbacks sobre seus conteúdos. Essa é a garantia de acertar mais nas estratégias de divulgação online e com isso garantir uma marca bem posicionada com um canal de comunicação eficiente de mão dupla (interatividade).

7.    Existem muitas empresas com milhões de seguidores orgânicos, o que não invalida campanhas e publicações patrocinadas. Os mecanismos que viralizam conteúdos são muitos. Não fique ansioso! Tenha segurança no crescimento corporativo de seu negócio. Isto sim é importante.

8.    Se você tem poucos seguidores para sua empresa, não fique apavorado. Pense no universo de seu interesse e veja sua atuação percentual. Não seja jamais o primeiro a curtir. Retenha seu entusiasmo e o de sua equipe. Nada mais tosco do que ver as pessoas comentando nessas postagens por “livre e espontânea pressão”. Chega a ser patético. Pensem nas outras áreas da empresa e na concorrência... Eles sabem quem é você. Imagine você ir a casa de alguém e a pessoa ficar elogiando o jantar que ela mesmo fez. Chato, né?

9.    Reafirmo. Estude! Pesquise! Se profissionalize ou chame profissionais competentes para fazer isso por você. Tenha perfis com postagens interessantes, boas campanhas de publicidade e sabendo se posicionar estrategicamente. Certamente, os seus públicos estarão muito mais abertos a receber seus conteúdos e estabelecer uma comunicação efetiva. Não esqueça que existem os blogs e também o Youtube quem impera convergência de tudo no formato de vídeos.

É difícil restar empresas que não estejam no ambiente online por conta da proporção enorme que a internet tem a cada dia! Então esteja presente nos canais certos e aumente sua participação no mercado. Pensar em marketing profissionalmente nas redes sociais pode ser o que falta para o seu negócio deslanchar!

Rubens Alves Júnior, publicitário, dramaturgo e executivo de comunicação e marketing

domingo, 31 de março de 2019

Papo chato e gente sem noção.

Jurei que não iria falar sobre o tema. Peço respeito pela área de comentários e rogo que não vire uma arena de gladiadores extremistas. Em março de 1964, eu tinha quase 2 anos, porém até 1985 eu pude comprovar, ouvir e até sentir o medo inerente a esse período da história brasileira, seja lá como você queira chamar.
Às vezes, não entendemos a afinidades com as pessoas. Conheci em 1987, o grande poeta de Curitiba. Em umas três caronas pude ouvir de sua própria alguns depoimentos que hoje são públicos. Quando penso em 2019... ressurge a afinidade e retrataria igualmente os nossos dias de tolices toscas e de uma população que transformou ao meu ver a política em torcidas de futebol organizada... o que requer muita paixão e nenhuma razão.
Paulo Leminski caçoava da ditadura – o lema “Brasil, ame-o ou deixe-o”, por exemplo, foi transformado em “ameixas/ ame-as/ ou deixe-as”. Suas piadinhas infames diziam que não se deixariam levar pelo medo. Ao mesmo tempo, o vazio de seus poemas, a falta de assunto, a necessidade da brincadeira como forma de sobrevivência, também diziam que não era o Estado ordenar para se ser feliz. De outro lado, sacaneava também a esquerda resistente. Para ele, aqueles ideais não faziam mais sentido e ter planos para o futuro era inconcebível para uma nova geração. 

domingo, 17 de março de 2019

Redes Sociais, qual é a culpa?

Muitas pessoas vociferam e culpam as redes sociais pelas mazelas que passamos. Eu fico um pouco apreensivo e como um profissional da área de comunicação, não consigo crucificar e muitos menos sentenciar as redes sociais negativamente. Teoricamente, os comunicólogos tiveram que rever os conceitos teóricos com a evolução do mundo digital. Mas, o fato é que as redes sociais e principalmente o conceito de mídias sociais repetem o momento de críticas de TV e Rádio, quando se tornaram novidade em função de jornais e revistas que os antecederam.

A surpresa é realmente esse julgamento de ferramentas que compartilham e divulgam informações. A interatividade e agilidade faz nos viver um momento que gera exaustão na sociedade. E talvez seja essa a sensação que induz ao erro de esquecer os reais culpados (se é que existem). A grande culpa é do ser humano. Fakenews e hoax são apenas boatos, calúnias ou simplesmente fofocas turbinadas pela tecnologia nossa de cada dia. Se alguém leva uma facada, a culpa é da faca? Se alguém é alvejado por uma arma de fogo, a culpa é da arma? Se alguém é atropelado, a culpa é do carro? Não. Jamais. Tem sempre um ser humano por trás. 

Quem deixa um desafeto frequentar sua casa. Quem deixa se contaminar por falatórios maldosos sofrerá consequências. 

O Facebook se tornou um ambiente digital popular e populoso, além de ser uma terra de ninguém.  Não gosto de aglomerações e muitas vezes a vida me obriga a transitar por lugares que não gosto e até são perigosos. Mas, nesse “mundão de meu Deus”, a minha postura é a mesma. Só entra na minha vida quem conheço e só respeito quem me respeita. Cada qual que se responsabilize por aquilo que publica.

O Twitter é um verdadeiro haikai da era digital. Mudou muito da sua concepção inicial de 144 caracteres, porém por sua estrutura de conteúdo mais enxuto, às vezes consegue ser meio danoso. Confesso que ali sou de muita observação e pouca publicação.

O Instagram há pouco tempo abriu suas fronteiras para além adolescência e hoje cresce para todas as idades. Tenho achado bem bacana e muitas fotos são interessantes. Percebo ali um plus de vaidade.

Não podemos esquecer os stories. As pessoas ainda se lambuzam por ali sem saber bem a utilização. Não sei, mas parece que deverá saturar rapidamente.

LinkedIn. Sou fã total. Tem bobagem e vaidade por ali? Ah! Tem. Mais bem menos. A possibilidade de perfis fakes é quase impossível. Sua história profissional, personalidade e depoimentos são a vitrine que você efetivamente. Mentira por ali é rapidamente descoberta.

O WhatsApp fecha o quadro de dados cruzados com Facebook e Instagram por serem de uma mesma empresa. Ou seja, se alguém está em uma, provavelmente estará em todas. Uma rede já sugere o contato da outra.

É urgente que as pessoas repensem. A informação que antes demorava dias ou meses para ser disseminada, agora é instantânea. Pense bem. Parafraseando Exupéry: “tu te tornas eternamente responsável, por aquilo que publicas ou compartilhas”. No mais, sempre será o ser humano responsável por tudo. Vamos fazer o mundo melhor? Essa era a antiga questão. Agora vale: vamos tornar o mundo digital melhor?

terça-feira, 27 de março de 2018

Quer seu primeiro emprego?

Já tem 21 anos que comecei uma jornada muito interessante no Ensino Superior. Por razões familiares me distanciei um pouco do mundo acadêmico em 2015 e confesso que tenho muita saudade. Era uma situação pontual que tornava inviável manter essa atividade junto à minha atuação como executivo no mercado profissional de comunicação e marketing. Exerci a função de coordenação de curso e até de direção em uma instituição de ensino superior.


Interagir com jovens que pretendem seguir a mesma carreira profissional que a sua é no mínimo estimulante! Nem tudo é um mar de serenidade. Existem conflitos equivocados, mas na minha lembrança a grande predominância são momentos agradáveis e plenos de evolução e aprendizado de ambos os lados professor e aluno. Foram inúmeras turmas com estudantes de diferentes classes sociais e faixas etárias. Todos os perfis: os folgados, os nerds, os malandros, os divertidos e engraçados, os sedutores, os xavequeiros e por aí vai!

Hoje com pelo menos três gerações de profissionais espalhados no mercado, eu percebo que o cada um foi em sala de aula comigo repete agora no mundo da realidade profissional. Outro dia ainda, uma jovem profissional - de uma área diferente da minha – dentro dessa proposta aqui do LinkedIn de aconselhamento falava que era formada em uma universidade pública e que não conseguia emprego na sua área. Pedia então ajuda em como se apresentar ao mundo corporativo em busca de uma oportunidade. Com muita sinceridade e respeito envie a seguinte resposta:  “Veja só! Todo início de carreira é árduo mesmo. Eu digo que a sinceridade está acima de tudo. Ofereça, por exemplo sua vontade de aprender, sua dedicação e disponibilidade. Use como argumentos temas que foram ensinados na Universidade e os quais você se saiu bem. Se você teve um bom trabalho de conclusão de curso fale sobre esse processo. Leia tendências no mercado, artigos.... fique atualizada, converse para mostrar seu potencial. Uma boa ideia é uma carta de recomendação (ou aqui no LinkedIn) de algum professor! Não desista! Sua hora vai chegar! Sucesso!”

Imaginei ali, o início de uma conversa. Estabelecer network básico. Mas a resposta foi lacônica: “Obrigada.” Pensei em dar continuidade e dizer que agora entendia a dificuldade dela. Talvez não se orgulhasse de seu TCC – Trabalho de Conclusão, ou não dominava nenhum assunto estudado, ou por fim não tinha um professor que a recomendasse! Triste!

Maturidade: passaporte para liderança

Quando bem mais jovem, eu imaginava que maturidade era um estágio de nossas vidas a ser alcançado. Já na faixa dos 40, eu percebi que maturidade era um processo constante e em evolução. Esse processo não tem relação direta com faixa etária, mas sim com o processo de estar preparado e seguro. São muitos focos como: maturidade emocional, maturidade sentimental, maturidade de convivência familiar e social, maturidade política, maturidade profissional e até maturidade de vivência corporativa, que o que vamos abordar.

Accountability é o termo que define um novo conceito já utilizado em todo mundo e que está se disseminando por todo Brasil. Este conceito entende competências que reestudam a visão de poder. Os novos líderes de sucesso passaram a ser aqueles que não temem assumir erros. Eles não se preocupam e até estimulam que suas equipes se desenvolvam para serem melhores do que eles mesmos. Um dos maiores especialistas neste tema, Jonathan Raymond em entrevista na Revista Você S/A diz que, “em uma nova estrutura organizacional, o líder é o maestro de uma sinfônica. Sua função não é impor o poder, mas compartilhar a responsabilidade com todos”.

A maturidade não segue necessariamente um paralelo com a cronologia da vida humana. Claro que existem precoces e tardios, porém devem ser tratados como exceção. O desejável seria que os jovens líderes estivessem plugados nestes conceitos da mesma maneira que ainda trazem com muito frescor os conteúdos adquiridos em salas de aulas e nas discussões de mercado. A imaturidade em geral traz certa arrogância e prepotência que dificulta alguns destes promissores e esforçados talentos assumirem seus erros. A vaidade não os permite entender essas auto avaliações como parte de um aprendizado de vida, evolução nas suas carreiras e também como solidificação de status profissional.

A expressão accountability surgiu no setor público dos USA, quando a transparência foi exigida como prestação de contas clara e para responsabilizar governantes por seus atos. E já no final da primeira década do século XXI, ganhou força durante a crise econômica. Até então os conceitos de responsabilidade e culpa se confundiam, e os erros muitas vezes eram escondidos nas gavetas, o que além de ocultar os fatos impediam a evolução de empresas e profissionais. Essa nova postura cada vez mais exigida fez com que todos se reciclassem. É muito importante entender qual a responsabilidade tanto de líderes quanto de liderados, pois se as posições são claras, não há porque procurar culpados e desculpas por falhas que já são sempre esperadas em qualquer processo profissional. Pensar em um mundo corporativo infalível, além de utópico não é nada inteligente.

A maturidade profissional e corporativa é o grande catalisador que garantirá o sucesso. Não adianta nada querer explicar aos outros quais são seus papéis se não soubermos quem somos nós e nossa função nas organizações e como nos inserimos em seus objetivos estratégicos. Por mais que novas ideias surjam, a maturidade nos assegura compreender que toda empresa é viva e tem sua história, crenças e valores (mesmo que equivocadas) que precisam ser trabalhadas, mas acima de tudo respeitadas. Bons líderes percebem e administram o clima organizacional a seu favor. E é a maturidade também, que transformará estes jovens profissionais mais do que chefes em verdadeiros líderes.

Marketing 4.0 – o UAU e a sociedade

Em tempos turbulentos no planeta, o mundo capitalista percebe pelo marketing, muitas das mudanças que a sociedade impõe. Philip Kotler é ainda o grande nome como referência acadêmica e de mercado para uma legião de seguidores dos seus estudos e teorias. Mas, o fato é que das visões 1.0 - orientada ao produto e, 2.0 – focado no consumidor e quando traduziu nos primeiros anos do século 21 a visão do 3.0 – centrada no ser humano, o marketing se reinventou. Tudo que parecia ser só produção e consumo passou a entender a sociedade que muda e se faz exigente em sentimentos mais emocionais, mesmo que advindo de necessidades absolutamente racionais.

As subculturas digitais são a expressão real de um novo patamar de interferência e defesa das marcas por mulheres, jovens e netizens (cidadãos da internet) evolutivamente sendo empoderados. Se a sociedade transforma-se alucinadamente, o consumidor do presente e do futuro é sensível aos esforços mercadológicos completamente diferentes de como acontecia até bem poucos anos atrás. O mundo digital gerou um mercado conectado e os consumidores se organizam em comunidades. As marcas tem que ter sua personalidade com muita responsabilidade e com códigos próprios. O envolvimento passa a ser mais importante do que a satisfação e a experiência, pois gera compartilhamento e engajamento.

A simplicidade do Marketing 4.0 converge para um UAU! Essa é supostamente a expressão que um cliente profere quando fica sem palavras frente a uma grande satisfação. O UAU é individual e mostra a experiência positiva de cada pessoa, porém é contagiante e desencadeado em rede. Muda a sociedade e muda o mercado por consequência. Pesquisar e estudar como chegar intencionalmente nesse ponto é chave para fincar os pés no futuro. O consumidor quer mais e mais ser tratado como ser humano e não como um vidro de conservas com padrões determinados pelos erros de avaliações equivocadas, que nós profissionais de marketing fizemos no passado.

Vale assistir:
https://www.youtube.com/watch?v=7Ax2CsVbrX0
Veja o caso de Jia Jang que por medo de rejeição frente às inúmeras negativas que recebeu para obter recursos financeiros para sua startup de tecnologia resolveu. Ele listou 100 pedidos absurdos para entender como lidar com o impossível e foi a campo. Porém, uma funcionária da lanchonete Krispy Krane frustrou sua missão. Ela o atendeu e ali surgiu o UAU!

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Seniorização nas empresas, simples opção ou decisão estratégica?


A palavra seniorização não está dicionarizada, mas tem seu uso cada vez mais utilizado e já é um neologismo na língua Portuguesa.  Seu significado - que poderia ser considerado o mesmo que envelhecimento - passou a ser expressão para sintetizar a acumulação de anos de experiência de um profissional cada vez mais valorizado nos quadros de colaboradores de uma empresa.

O mundo corporativo é cruel quando institui 10 anos como arquétipo do período de melhor validade profissional. Em breve análise, estipula-se que antes dos 30, o profissional está em formação e após os 40 entra em uma inevitável decadência. Não é raro “uma boa torcida de nariz” até para CEOs que ultrapassam os 50 anos. Seria algo como pressentir um perigoso aroma de naftalina em um executivo que começa a ser percebido equivocadamente como ultrapassado.

O mundo tecnologicamente modernizado parece não aceitar seus erros e desvios de análise conceitual. Ao invés de admitir uma falha nessa interpretação cronológica, corrige a interpretação errônea e cria mais um desses modismos de momento. Nesse cenário, os executivos seniores passaram a ter seus papéis revisados em organogramas e fluxogramas, pois por planos de demissão voluntária ou simples desligamentos, suas ausências tornaram-se uma ameaça à gestão de conhecimento. Cresce assim, a valorização ou comodismo em buscar nesse time quase expelido do mercado de trabalho, um suporte que os intitulam/rotulam conselheiros e assessores.

Mas não seria todo esse movimento uma enorme falácia? As agências de propaganda, que sempre foram ousadas e pioneiras em gestão de pessoas, estão inovando mais uma vez. Grandes representantes desse setor contratam em profusão estes profissionais de cabelos platinados para assegurar a eficiência de seus times. No time dos criativos, conseguem ser o diferencial dessa geração com raciocínio binário. A diferença da criação na mente humana surge da dúvida, do questionamento e não da certeza vapt-vupt de julgamentos ralos de redes sociais. Os compradores de mídia também precisam entender que os seniores tem competência para entender em profundidade audiência e não apenas interpretam planilhas. Os planners conseguem grandes soluções originais ou customizadas para as necessidades dos mais variados negócios, graças ao seu histórico vivencial e bem longe de soluções de gavetas ou de consultas inseguras aos livros que ainda são usados com postura universitária. Embora se fale muito do conceito de humanização, creio que só quem passou dos 50 tem mais facilidade para entender uma empresa como um ser vivo e em evolução. São profissionais que valorizam o estudo de sua cultura organizacional como algo similar aos exames de imagem que hoje descobrem qualquer enfermidade no corpo humano.


Nas rotinas desses seniores atuantes, surgem muitos elogios com as seguintes frases: “você tem sempre novas ideias” ou “você tem novas ideias todos os dias”. Nitidamente, estes são elogios que seguramente os envaidecem. Porém, devemos compreender como algo bem distante da genialidade iluminada. O mais provável é que essas novas ideias são muitos simples e apenas consequência de anos de boa experiência profissional acumulada e que  se concretizam em ações eficientes. Obviamente existem profissionais de variados níveis com competências e habilidades específicas. Banalizar a reinserção inteligente desse grupo no mercado de trabalho é uma difícil estratégia e os resultados da já comum seniorização podem ser surpreendentes.