quarta-feira, 17 de abril de 2019

Faça da Rede, uma Mídia Social

No início do Século XXI, as redes sociais foram o grande salto da disseminação de um mundo tecnológico, socialmente falando. A febre inicial do extinto Orkut fez com que milhões de pessoas começassem a interagir freneticamente. Não podemos esquecer daqueles iniciados que já traziam na bagagem o ICQ e o MSN Messenger.

O conceito de Mídias Sociais e até Mídias Digitais surgem com o uso corporativo e de negócios nestas plataformas e também como um meio de comunicação eficaz para as mais atualizadas estratégias de marketing. Toda essa revolução deu até “um nó” nos estudiosos de Teoria da Comunicação. Enfim, até hoje não se chegou a uma conclusão se falamos em ações de massa ou dirigidas. Fato é, que qualquer empresa, de qualquer tamanho e segmento não pode estar fora do grande universo digital. A luta é enorme também pela qualidade das informações, já que a facilidade de publicação de conteúdos gera uma falsa sensação de um “vale tudo” sem fim. Uma mídia social nada mais é do que o nome que as empresas utilizam para a comunicação com seus clientes e pessoas em geral. É a chamada nova mídia. Essa comunicação acontece por meio do FacebookTwitterLinkedIn e Instagram, dentre outras redes sociais.

            Não é porque você é um “heavy user” em seus perfis que o torna apto para trabalhar com competência para uma empresa. Existem profissionais muito bons e que se especializam nesse nicho crescente de “comunicação com o mercado”. Sou entusiasta e não consigo mais imaginar um plano estratégico de comunicação de MKT que não use a “nova mídia”. Porém, marketing é marketing e estará acima de todas estratégias. Pensar estrategicamente, planejar corretamente ainda é absolutamente orientador na execução destas ações digitais. Esse conjunto tem que estar sintonizado e só assim gerará resultados. Muitos erros e amadorismo estão travestidos de empáfia e arrogância de quem se acha autossuficiente em uma sociedade que se transforma a cada minuto. Adoro me sentir um aprendiz.

Vou listar algumas dicas que são mais pontos de reflexão e cuidados a serem tomados rotineiramente. Antes de qualquer coisa, não se meta a elaborar nada se você não tiver muito claro como um negócio ou organização se classifica. Antes das dicas, eu passo aqui conceitos que você precisa estudar e dominar para seguirmos em frente. Não é essa sua área de formação? Faltou em aulas importantes na faculdade? Então anote e pesquise. Hoje isso é bem fácil. Não tem como entender a sociedade capitalista que vivemos se você não souber no básico o que foi a Revolução Industrial. E olha que isso aconteceu bem antes de se falar em mercado e o seu indispensável estudo: a mercadologia (marketing).

Você fala com quem nas suas postagens e publicações? Domine a diferença de abordagem clara entre a comunicação B2C (business to consumer) e a B2B (bussiness to business). A primeira claramente fala sobre produtos que as pessoas compram para seu uso direto ou seja: a empresa e seu consumidor de produtos e serviços. A segunda fala da relação entre a empresa e os insumos, matérias primas e serviços que adquirem para seu funcionamento. De cara a primeira diferença é a quantidade de pessoas que vamos conectar.

Entender os diversos tipos de bens e serviços também são pilares para entendimento dos negócios. As empresas também tem variáveis importantíssimas. Elas podem ser públicas, privadas ou mistas. Podem ser multinacionais ou regionais. O tamanho também rege a abordagem, pois existem as microempresas, as de pequeno porte, as de capital aberto ou fechado entre outras. Empresas são como pessoas e tem comportamentos e necessidades específicas. O meio é o mesmo, mas a utilização corporativa desses revolucionários espaços digitais é muito diferente do que postamos em nossos perfis pessoais de qualquer rede social.

Vivenciei a rotina de algumas empresas em termos de comunicação digital e observo muitas outras (com erros e acertos) graças a minha postura observadora. Não tenho pretensão de ser “o dono da verdade”, mas consegui com isenção fazer uma lista de pequenas dicas. Atendo assim alguns pedidos de aconselhamento. 

Dicas:

1.   Considerando especificações de diferentes empresas, cada plataforma pode ser usada da maneira que melhor capitalize em resultados. O Twitter é perfeito para transmitir mensagens rápidas, curtas e que podem ter um grande alcance. As famosas hashtags são capazes de deixar um assunto em evidência, e ainda fazer com que outros usuários tenham acesso a ele. Corporativamente são a base de negócios que precisam atualizar a cada instante informações. Empresas de transporte em geral, desde companhias aéreas até de transporte urbano usam muito bem e chegam até ser o principal interface com seus públicos. Por outro lado, ao pensar em imagem de marca ou até o famoso B2B, seguramente o Twitter não será o principal meio a ser escolhido.

2.   O LinkedIn é bem focado. É muito utilizado para troca de contatos profissionais. No começo, as empresas divulgavam seus serviços e iam buscar pessoas para suas equipes, quando necessário. Existem críticas que o classificam como “batalha de egos” e até “vitrine de vaidades”. Há dois anos, eu pude conhecer mais de próximo a plataforma e fiquei maravilhado. Não há vida longa aos perfis fakes, pois não se consegue estabelecer uma rede. Individualmente, as pessoas precisam ter parâmetros reais de conexão. Os elos se formam em grande maioria por relações profissionais ou do passado acadêmico de cada um. Em estratégia, eu diria ser o oposto do Twitter, visto que a comunicação pode se dar por textos mais longos e opinativos. É o meio ideal para o B2B.

3.    O Facebook continua o meio mais popular de todos, apesar de ter perdido muitos usuários no Brasil e em todo mundo. É uma plataforma com a qual as pessoas mantêm um perfil com uma determinada rede de relacionamentos, onde postam fotos, notícias, enfim, tudo aquilo que acham interessante compartilhar. Existe uma grande diferença entre perfil pessoal e FanPage (páginas). A FanPage é destinada principalmente para empresas. Ali, os amigos são substituídos por curtidas, e essas curtidas variam de acordo com os conteúdos que estão sendo compartilhados no feed de notícias de seu negócio. Acontece de tudo no Facebook, mas é a rede que tem mais questionamento de credibilidade. Não podemos jamais desprezá-la. Chamada de “Terra de Ninguém” é como caminhar no meio do povão. Tudo pode acontecer e aí os bens de consumo de massa em todas sua vertentes reinam absolutos. O uso para endomarketing cresceu bastante com a sua variável “Workplace” que cria redes privadas.

4.    O Instagram tem uma dinâmica que se concentra nas postagens de fotos e promove interações como curtidas e comentários. Teve uma adesão inicial dos mais jovens e do meio artístico mais popular. Se uma empresa quer alcançar digitalmente mais pessoas é muito importante ter uma participação nessa rede social, que conquista uma relevância e aderência cada vez maior. Faça postagens periódicas divulgando imagens de produtos ou fazendo “chamadas” para que os usuários conheçam seus serviços e benefícios. Aqui é imprescindível um perfil atraente, de preferência com fotos profissionais. Hashtags? Recomenda-se usar uma média de 6 hashtags por legenda e que tenham o mínimo de relação com o seu conteúdo e divulgação. É a “bola da vez”.

5.    O WhatsApp, assim como o Instagram são de propriedade do Facebook. Fique atento, pois o cruzamento dos três são inevitáveis.

6.    Tenha seu negócio presente nas mídias sociais, e entenda o melhor foco, justamente para ter mais chances de receber respostas e feedbacks sobre seus conteúdos. Essa é a garantia de acertar mais nas estratégias de divulgação online e com isso garantir uma marca bem posicionada com um canal de comunicação eficiente de mão dupla (interatividade).

7.    Existem muitas empresas com milhões de seguidores orgânicos, o que não invalida campanhas e publicações patrocinadas. Os mecanismos que viralizam conteúdos são muitos. Não fique ansioso! Tenha segurança no crescimento corporativo de seu negócio. Isto sim é importante.

8.    Se você tem poucos seguidores para sua empresa, não fique apavorado. Pense no universo de seu interesse e veja sua atuação percentual. Não seja jamais o primeiro a curtir. Retenha seu entusiasmo e o de sua equipe. Nada mais tosco do que ver as pessoas comentando nessas postagens por “livre e espontânea pressão”. Chega a ser patético. Pensem nas outras áreas da empresa e na concorrência... Eles sabem quem é você. Imagine você ir a casa de alguém e a pessoa ficar elogiando o jantar que ela mesmo fez. Chato, né?

9.    Reafirmo. Estude! Pesquise! Se profissionalize ou chame profissionais competentes para fazer isso por você. Tenha perfis com postagens interessantes, boas campanhas de publicidade e sabendo se posicionar estrategicamente. Certamente, os seus públicos estarão muito mais abertos a receber seus conteúdos e estabelecer uma comunicação efetiva. Não esqueça que existem os blogs e também o Youtube quem impera convergência de tudo no formato de vídeos.

É difícil restar empresas que não estejam no ambiente online por conta da proporção enorme que a internet tem a cada dia! Então esteja presente nos canais certos e aumente sua participação no mercado. Pensar em marketing profissionalmente nas redes sociais pode ser o que falta para o seu negócio deslanchar!

Rubens Alves Júnior, publicitário, dramaturgo e executivo de comunicação e marketing

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