segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Valores Invertidos


Vivemos no que é chamado de mundo moderno, do Ter e não do Ser; Os valores ficaram invertidos e temos a quase extinção da ética. A vida moderna fez com que a sociedade idealizasse estereótipos de normalidade. Se você não se encaixar nesses padrões, será discriminado e exilado. O desânimo é forte.

Porque neste mundo sacramentado como individualizado cada um não pode fazer sua parte dando e recebendo amor?


Será que assim não construímos vínculos e compartilharemos valores morais e éticos? Será que isso acontecendo não conseguiremos a reversão desse fluxo ruim o qual vivemos? Não sou dono de verdades e nem dito regras, só serei eternamente crédulo em um mundo melhor.

sábado, 12 de novembro de 2016

Desculpem! Criamos vocês com pensamentos binários.

Aqueles que já passaram dos 50 anos, provavelmente concordarão comigo. Afinal, nós fomos a geração que viu a tecnologia surgir a passos lentos na vida cotidiana. Para o mais jovens é incompreensível entender que a automação nos bancos começou apenas com terminais off-line de saques. Os vídeo games eram palitinhos monocromáticos que simulavam um partida de tênis. Este cenário trazia um mundo parecido com cinema de ficção científica.

O fato é que a grande maioria com menos de 40 anos, e atualmente entrante no mercado de trabalho vivenciou uma aceleração descomunal da tecnologia. A cada ano, a cada mês ou apenas um dia vivido traziam novidades que inundavam a sociedade de consumo. As próximas gerações vão “tirar tudo de letra” a evolução dos “gadgets”. Todos os novos habitantes do planeta estarão aculturados para as novidades onde o esperado é que tudo pode acontecer! Agora essa geração intermediária que comento, está pagando muito caro a ocasionalidade histórica de ver o crescimento da já chamada Era Tecnológica.

A característica das máquinas é ter “um pensamento binário”. Pelo significado mais simples, binário é algo composto de duas unidades ou dois elementos; que tem duas faces ou dois modos distintos, únicos e opostos de ser. As máquinas nos pedem essas soluções o tempo todo. É sim ou não. É confirma ou cancela. É aceita ou descarta.


A riqueza do pensamento humano reside na dúvida que foi bem descrita por René Descartes. Basta uma rápida espiada na grande vitrine que são as redes sociais virtuais que constatamos essa Guerra declarada de opostos únicos. Esquerda ou direita. Bom ou mau. Certo ou errado. Rico ou pobre. Coxinha ou petralha. Anarquista ou fascista. Sempre em uma polaridade doentia e incomoda. Heiner Müller reconstruiu o clássico de Shakespeare e no texto de dramaturgia “Hamlet Machine” antevia o que parece vivermos: quero ser uma máquina!

A única solução para corrigir esse desvio de rota da humanidade seria estudar filosofia e artes nas suas possibilidades infinitas de expressão. Fico bem desanimado quando vejo artistas e estudiosos de filosofia contaminados por esse pensamento binário embutido em mentes humanas. E o que seria a solução torna-se redundância do erro.


Parafraseando Jorge Luis Borges, “eu estou velho e logo vou morrer!” Mas, vivi um mundo pensante, onde a conversa de ideias divergentes eram momentos agradáveis de prazer e não de combate agressivo com falas emburrecidas.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

WhatsApp haters

Sou bom amigo, limpinho (às vezes cheiroso), bom filho, culto, um bom camarada, ou seja, um cara batuta! Mas, tenho um grande defeito no mundo digital da atualidade! Não gosto de WhatsApp!!!!

Tá, tá, tá. Sei, sei, sei. Reconheço que é uma ótima forma de comunicação. É barato, simples e ainda oferece a possibilidade de anexar fotos, vídeos e demais documentos. Tem também a possibilidade de te conectar com pessoas queridas bem longe por viagens ou até por morarem distantes de você. Essa ideia de um upgrade do SMS (o bom e velho torpedo) é de fato muito boa! Só que um dia descobri que essa obra hoje acoplada ao facebook é uma também uma rede social. Caramba, que medo!

A ansiedade, o grande mal do século me aflige nos últimos tempos e cheguei a conclusão que essa sensação é totalmente incompatível com o uso desse “querido e amado” aplicativo.
Sendo assim, não estranhem se em um rompante de insensatez eu deixar de usar o tal “ZapZap” (esse apelido então!!!).

Veja aqui em 5 pontos como o WhatsApp me faz sofrer:

1.    1.    Grupos
A manifestação apoteótica do WhatsApp são os famigerados grupos. Eu estou em apenas dois grupos atualmente. Ambos são ligados a trabalho. Creio que na verdade a limitação intelectual não me permite acompanhar o volume de informações colocadas ali. Quanto maior o número de participantes, mais incomodado eu fico. E por favor, não se ofendam quando saio de um grupo. Recentemente, um pequeno grupo com poucos integrantes me excluiu da rotina social (risos). Explico: o grupo era para combinar saídas para bebericar. Falei os motivos de sair deste grupo. Pedi desculpas individuais. Qual não foi o espanto ao constatar que não sou mais chamado para nada. Restou a mim, ser rotulado de ermitão digital e me conformar em beber na solidão!

2.      2.  A polidez e a ética não tem mão dupla
Se alguém me envia uma mensagem e não respondo de imediato, eu logo recebo de volta: “porque não me responde? Que falta de atenção????” Se envio uma mensagem e pergunto depois de algumas horas a possibilidade de um posicionamento que exige um “sim” ou “não”, a mesma regra não vale e tomo o tabefe verbal: “nossa, você acha que vivo pendurado (a) no celular. Difícil!

3.      3.  A virtude de usar muito ou pouco
Certo momento de minha vida e no período de um ano estive monitorando fatos ligados à saúde de duas pessoas próximas. Explicava para as pessoas próximas a situação e até hoje escuto que vivo colado no WhatsApp (ô meu Deus!).

4.      4.  Profundidade do diálogo
Tem pessoas que adoram tratados virtuais. Falam, explicam, questionam, namoram, brigam, exigem e se você não entende... é mais “porrada”.

5.      5. Tudo é conclusivo
O julgamento de como você se comporta nesse aplicativo / rede social é a base para ser avaliado como pessoa. E qualquer coisa que vá contra... lá vem seus rótulos: grosso, antiquado, egoísta, desatencioso, viciado em internet, antissocial e por aí vai!


Estou muito tentado a deixar o whatsApp. Será que vão pensar que morri?