quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Almodóvar em 2013. Será?

Tenho algumas paixões no mundo das artes. No cinema eu simplesmente adoro a estética, linguagem, fotos e acima de tudo roteiro do espanhol Pedro Almodóvar. Coleciono seu filmes. Assisto todos eles várias vezes. E o mais estranho é que sinto que apesar de as pessoas o julgarem como louco e ousado, seus relatos são o mais comum dos mundos.

Hoje conheci o trailer de seu próximo filme "Los Amantes Pasajeros". Não deu para perceber muita coisa, mas uma certa concessão ao previsível acontece. Vamos ver se teremos a ironia perigosa de sempre.

A sinopse promete: "A comédia de humor negro acompanha um grupo de viajantes durante um turbulento voo para a Cidade do México. Diante da ameaça da morte, os passageiros resolvem se abrir uns para os outros e começam a confessar seus pecados."

Esse é o primeiro teaser trailer. O vídeo traz uma engraçada divertida performance musical de aeromoços, ao som de I’m So Excited (que deverá ser o título do longa nos EUA) das Pointer Sisters.





No site de sua produtora El Deseo, Pedro Almdóvar fala do lançamento.“Los Amantes Pasajeros conta a história de um grupo de pessoas preso em um único ambiente e desconectado do exterior. Escrever o roteiro começou como um capricho e terminou cômico ao reunir comédia, moral, oral e irreal, ou irrealismo. Tentei deixar a realidade de lado, mas às vezes a realidade está enraizada sem que você perceba. Não tive uma referência cinematográfica consciente durante a gestação, é mais teatro atual, mesmo televisão, e minha claustrofobia do que cinema”, escreveu. “Neste filme há mais personagens do que o usual, mas menos espaço do que nunca. Já existiram muitos filmes sobre um grupo preso, você não poder deixar o lugar onde está (e a TV está repleta de competição e sobrevivência claustrofóbica), do Anjo Exterminador de Luis Buñuel a Enterrado Vivo, de Rodrigo Cortés, no qual tudo acontece no menor espaço imaginável, um caixão”, completou Almodóvar.


Los Amantes Pasajeros, que ainda não tem título em português, reúne em seu elenco Javier Cámara, Cecilia Roth, Lola Dueñas, Raul Arévalo, Carlos Areces, Antonio de la Torre, Hugo Silva, Willy Toledo, Miguel Ángel Silvestre, Blanca Suárez, José Luis Torrijo, José María Yazpik e Laya Martí, além de participações especiais de Penélope Cruz, Paz Vega e mais uma vez Antonio Banderas (o segundo nessa sua fase pós-Hollywood). Nos cinemas espanhóis chega em Março, e parece que no Brasil acontece só em setembro de 2013.

domingo, 16 de dezembro de 2012

Recusa.


Não poderia existir melhor opção para finalizar meu domingo do que assistir uma boa peça de teatro. Já tinha conhecimento por comentários da qualidade enorme do trabalho da Cia Teatro Balagan (www.ciateatrobalagan.com.br). E hoje pela manhã li nos jornais que acabava a mostra Uma Simetria Invertida com a peça Recusa. Ou seja, eu precisava assistir HOJE!

Na mostra, que aconteceu nas instalações da SP Escola de Teatro, na Praça Roosevelt,  existia uma outra montagem com Prometheus – A Tragédia do Fogo, além de palestras, filmes e uma apresentação da cantora Marlui Miranda. Nessas horas, a gente percebe o quão rica é a vida cultural de São Paulo, pois não conseguimos dar conta de conferir tudo que há de melhor acontecendo na cidade simultaneamente.

Recusa tem um texto impecável de Luís Alberto de Abreu e direção de Maria Thaís. Os atores Antonio Salvador e Eduardo Okamoto são de uma intensidade em cena que não me lembro de já ter assistido algo parecido. A brilhante atuação dessa dupla significou a premiação da APCA – Associação Paulista dos Críticos de Arte na categoria melhor ator. MERECIDO!

Os primeiros minutos acontecem em um dialogo entre dois índios na sua língua nativa. Luzes e cenário davam um toque diferenciado. O trabalho de corpo é fundamental e o que parecia caminhar para um espetáculo lento transformou-se num impactante amor às raízes.

Dois índios, de uma tribo considerada extinta, vagam por fazendas de Mato Grosso. Há mais de 20 anos não havia sinal da sua etnia. Mas essa dupla de sobreviventes se recusa a fazer contato com quer que seja. Não quer falar com homens brancos. Não quer ajuda. Juntos, eles apenas riem das histórias que contam um ao outro. Preferem ficar só. Também aparece uma dupla de heróis ameríndios, Pud e Pudleré. O fazendeiro que matou um índio e sua vítima, além do resgate de Macunaíma e seu irmão.

O projeto para a montagem de Recusa nasceu há três anos quando atores, diretora, dramaturgo, preparadora corporal e cenógrafo, instigados por notícias de que a Procuradoria-Geral da União queria demarcar área de dois índios isolados. Com isso começaram uma pesquisa com antropólogos e estudiosos para chegar a um processo criativo dentro desse. Os jornais em 2008 noticiavam o aparecimento de dois índios Piripikura, etnia considerada extinta há mais de 20 anos.

Durante todo o processo de criação a Cia. Teatro Balagan, tornou público, na sua sede, o resultado da sua investigação. E no ano passado, eles realizaram pesquisa de campo em Rondônia com o povo indígena Suruí Paiter.  A pesquisa dos roteiros dramatúrgicos que experimentam os modos de narração, a sonoridade e outros modos de construção verbal (como a desestruturação da língua portuguesa, quando falada pelos indígenas). Exploram também cantos de diversos povos indígenas, que fundamentam a linguagem e são eixos que guiam a criação, permitindo que mundos distintos interpenetrem-se, que múltiplos pontos de vista encontrem-se e alguns seres, como os espíritos, os animais e as coisas, expressem-se. Ainda em processo de criação, eles mergulham nas relações de encontro, estranhamento, trocas e negociações estabelecidas entre esses diversos seres, mundos e a cultura branca.

Lindo! Fica minha reverência e também virei fã desse pessoal.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Esse cara é o Rei!

Quem diria? Fui assistir a um show do Roberto Carlos! Por que o espanto? Simples: não sou fã de Roberto Carlos. Tenho um enorme respeito por ele e o que significa como artista para nosso Brasil! Eu tive outras oportunidades de assisti-lo, mas nunca sucumbi ao interesse de vivenciar essas “Emoções”!

Recebi um convite para inauguração do novo Espaço das Américas... convite VIP, estacionamento VIP, coquetel e... show do Roberto Carlos. E o que fazer? Pensei em não ir, mas no final por uma curiosidade enorme, eu aceitei participar do inusitado evento!


Inauguração no novo Espaço das Américas - Show de Roberto Carlos - 04 dez 2012 - foto UOL

Tudo foi muito ritualístico desde os primeiros acordes! Na sequencia, embora com uma estética que não me agrada, a luz e o som é algo impressionante. Outro lado que não conhecia foi ver a facilidade que ele conversa com as pessoas. De verdade ele fala a língua do povo e de uma maneira que qualquer um entende! A historinha sobre seu cãozinho Axaxá que a gente desconhecia, mas nunca imaginávamos poder ter existido o tal “cachorro que sorriu latindo”.

É foi fácil constatar que suas canções embalaram a vida dos brasileiros pelo menos nos últimos 45 anos ou mais. Lembrei-me de meu pai, de minha mãe, da infância... lembrei dos Programas da Jovem Guarda e de uma prima que insistia em me vestir como aqueles cantores e como ainda bem criança, eu  me divertia muito.

Inegável ESSE CARA É ELE! Sai com a sensação que é uma dessas experiências que devemos ter na vida! Não vou comprar CDs ou DVDs, não vou assistir ao tradicional programa da TV Globo. Nada mudou, mas meu respeito sim! Sempre respeitei e agora comprovo. Esse é o REI. Um rei que fala como plebeu e encanta com algo divino.