terça-feira, 10 de novembro de 2009

Geisy ou Geni?

É a bola da vez! Talvez por minha vida acadêmica que tem uma história de quase 15 anos como professor em sete instituições de ensino superior, - tendo sido coordenador de curso e até Diretor em uma delas – estou sendo constantemente abordado sobre o emblemático caso da “Loira de vestido ousado da Uniban”.

Tomei a decisão agora de colocar apenas alguns pontos de vista da minha reflexão. De qualquer forma, se o caso tomou essa proporção, que sirva de alerta (seja qual for sua opinião) para observamos a sociedade em que vivemos, que mesmo em tempos de redes sociais apenas mudam um referencial tecnológico e continuam com seus mesmos conflitos.

• Pernas de fora sempre frequentaram bancos, escadas e corredores universitários. Nas minhas lembranças estudantis há mais de 20 anos, nossas colegas levavam ao delírio a ala masculina. Sinceramente, eram até mais ousadas do que a “musa Geisy”. Hoje, são executivas, esposas e mães.
• Casos parecidos ou similares? Eu testemunhei muitos. Lembro de um aluno ameaçado por ter posado nu em revista gay e não aceitar assédio de postulante colega leitor. Ou de alunas “garotas de programa” que preservam ferrenhamente sua identidade e mesmo assim são patrulhadas. Soube até de professores que expuseram suas estripulias sexuais em uma conhecida revista feminina.
• Muito se falou em “falta de valores”. Mas quais valores? Será que a Geisy, seus colegas, fãs e agressores sabem o que é ter valor? Ou será que tiveram a oportunidade se saber do que se trata respieto mútuo.
• Poucos anos atrás, um aluno xingou com todos palavrões conhecidos e até alguns inéditos uma colega professora. A faculdade fez corretamente uma advertência por escrito e estipulou um prazo para sua retratação. O aluno procurou a direção e honestamente ficou surpreso, pois disse que tratava “todo mundo” – inclusive seus pais - com esse linguajar. Disse desconhecer que não se pode falar assim com professores! Essa resposta me chocou mais que o ato de xingar.
• A Universidade foi frágil sim. Isso é fato! Não soube agir e quando fez, errou! Será que a comercialização do ensino não deixa instituições despreparadas?
• Dizem que a Geisy vai posar para “Playboy” e até que vai estar no programa “A Fazenda” da TV Record (essa eu ouvi hoje). Bom, mas e daí? Ela é culpada? Quem recusaria na sua condição tais convites? Se convidam é porque vende revista ou dá audiência. Talvez seus agressores até comprem um exemplar e peçam para “a ilustre colega” assinar.

O melhor texto que li foi do Tuty no Estadão. Muito bom mesmo e reproduzo abaixo. Até porque ele foi muito coerente e bem humorado (como sempre). E acertou ao não julgar! Façamos o mesmo!

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

O Livro dos Monstros Guardados

Um grande espetáculo! Uma profunda emoção toma conta da plateia da montagem de “O Livro dos Monstros Guardados”. Mas quais são esses monstros? E porque estão guardados? Essas são as perguntas iniciais que nos vem à cabeça, mas a certeza é que ao sairmos do teatro essas perguntas estarão plenamente respondidas. Ou no mínimo começaremos uma grande reflexão.

A comunhão entre os atores é percebida em cada segundo de interpretação, mesmo sendo uma maravilhosa colcha de retalhos (monólogos). A direção é uma competente costura das várias histórias transformando em uma apresentação sensível e cheia de surpresas. As cenas que parecem desconexas, no final se transformam na solução precisa e coesa do texto. Personagens e figurinos têm um certo tom de cinema europeu, algo como meu favorito Almodóvar.

A peça tem algo só dela. Aliás, este é o segundo trabalho que assisto deste diretor e percebo que seu trabalho tem sempre o frescor de uma linguagem inusitada. Essa peça se resolve por si só. As circunstâncias e objetivos de todos profissionais são pontuados por uma excelente colocação das vozes. O processo de um bom trabalho fica claro em uma partitura coerente de personagens.

A amargura e a ironia retratam um universo de desajustados e com sentimentos “guardados” como os de um executivo que abre suas fantasias sexuais, um rapaz maníaco por limpeza e uma mulher obcecada por caridade se contrapõem a uma garotinha que retrata abusos e a um jovem com problemas urinários. Em certo momento, já com a interação entre personagens, a representação de um cãozinho machucado transborda na atuação. Enfim as histórias de Magali, Madá, Maurício, Max, Milton, Mestre Eme e Mojo são explicadas em primeira pessoa. Os atores são personagens e também auto-narradores das ações.

Iluminação e cenário são também uma diferencial com cabines de banheiro. Não poderia ter lugar mais adequado para mostrar sentimentos guardados. O figurino é simples e bem cuidado. Assim, o espectador sai com a leitura completa de um livro encantador. É “O Livro dos Monstros Guardados” composto por autor, diretor e atores.










Ficha Técnica:

O Livro dos Monstros Guardados
Direção: Zé Henrique de Paula
Com: Sandra Corveloni, Otávio Martins, Fabio Redkowicz, Daniel Tavares, Patricia Pichamone, Luciano Gatti e Fabrício Pietro
Duração: 70 minutos
Classificação: 14 anos
Texto: Rafael Primo


Teatro Imprensa
R. Jaceguai, 400 - Bela Vista - Centro. Telefone: 3241-4203.
quartas e quintas: 21h.
Uma lata de leite em pó, trocada na bilheteria uma hora antes, dá direito ao ingresso pelo Projeto Vitrine (quem não puder levar a lata paga 10 reais inteira e 5 reais meia). Até 26 de novembro.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Homenagem à Carminha!


Muitas vezes, curtas convivências mais do que amizades nos trazem respeito e dedicação. Hoje, eu recebi um texto do Dário, um rapaz que espero poder ter sempre por perto. Sua mãe faleceu há uma semana e esse texto me tocou demais. Aqui mesmo neste blog já falei da saudade que sinto de meu pai (clique aqui) e pensei então no caminho que meu querido amigo agora vai trilhar por saudades de sua mãe!

Dário, essa é vida meu amigo! A Carminha sempre terá orgulho de você! E eu, num mundo tão frio... fico feliz por te conhecer!

Texto da Homenagem:

"Batalhadora, guerreira, generosa, caridosa, carinhosa, feliz. Como uma prima minha disse por esses dias, é bem difícil definir em uma única palavra como era a minha mãe. Era guerreira, mas não era só guerreira. Era alegre, mas não era só alegre. Para que uma única palavra pudesse definir como era a minha mãe – a dona Maria do Carmo, Carminha pra uns, Carmem pra outros e do Carmo ou apenas Maria pra tantos outros – seria necessário que os dicionários passassem a contemplar um adjetivo ainda inexistente, um adjetivo que agregasse em sua essência todos os valores cultivados pela dona Maria do Carmo ao longo de sua vida, dentre eles, com certeza, a bondade, a generosidade, a disposição, o ânimo, a garra, a honestidade, a alegria e, sobretudo, a fé e o amor à vida. Assim como fizeram outros milhões de retirantes ao longo das décadas, minha mãe, nascida na Bahia, com muito orgulho, veio pra cidade grande ainda moça, com quase vinte anos, em busca de uma vida mais digna e menos sofrida. Aqui fez de tudo um pouco: trabalhou em tecelagem, em casa de família, foi telefonista, chegou a fazer muitos bolos, doces e salgados pra festa, e, sem exagero, costurava tão bem quanto as melhores costureiras. Acho que o barulho de uma máquina de costura ligada sempre vai me fazer lembrá-la, porque desde quando eu era criança acostumei a ver a dona Maria do Carmo descendo a lenha na máquina pra ajudar o meu pai no sustento da casa e na educação dos filhos. Aliás, continuando a história, já vivendo em São Paulo minha mãe conheceu o seu Darli, meu pai, que seria o seu futuro marido, e com quem concebeu dois filhos: meu irmão Claudio e eu. Dona Maria nos ensinou muita coisa, a mim, ao meu irmão e até mesmo ao meu pai, a família que ela amava. A mim, particularmente, ensinou também os primeiros acordes de violão. Fizemos muitos duetos em casa. Minha mãe adorava cantar e tocar violão. Conviver com a dona Maria do Carmo era estar diariamente ao lado de um legítimo exemplo de coragem e determinação. Mesmo com todas as adversidades e os problemas de saúde, que não eram poucos, minha mãe estava sempre sorrindo, sempre disposta a ajudar o próximo, sempre preparada a oferecer o seu ombro amigo. E muitos de vocês aqui presentes devem ter convivido com ela, devem ter acompanhado os trabalhos que ela realizou aqui mesmo nessa comunidade, e, certamente, podem agora reviver na lembrança alguns desses momentos. Em resumo, a dona Maria do Carmo, minha mãe e do meu irmão Claudio, e esposa do seu Darli sempre teve mais garra e energia do que nós três e as torcidas do Corinthians e Flamengo juntas. E quando me lembro dela é sempre um sorriso grande que me vem à cabeça, porque afora os dias nublados que nenhum de nós pode evitar, minha mãe sempre viveu com um sorriso estampado no rosto. Nem o derrame cerebral sofrido há três anos e meio conseguiu derrubá-la por muito tempo. Mesmo resignada a uma cadeira de rodas e com a fala prejudicada, minha mãe continuou sorrindo, cantando muito e tocando gaita. E até nos seus últimos dias na UTI, ainda pedia para voltar pra casa, queria saber das novidades e era capaz de sorrir. Minha mãe nos deu lições de vida e manteve a fé em Deus até o seu último momento. Agora, depois da perda, são inevitáveis a saudade e a vontade de ter vivido outros muitos anos ao lado dela, de ter lhe dado outros muitos beijos e abraços. Mas o que nos conforta é a certeza de que ela agora está no céu, em paz, descansando e vendo toda essa homenagem com um sorriso no rosto. Estamos certos de que essa despedida temporária não foi um adeus, foi apenas um até logo, porque um dia ainda nos encontraremos de novo. Até esse momento, sua lembrança fará de nossas mentes um lar e seguirá abraçando nossos corações. Se vocês me permitem, eu queria encerrar contando uma passagem. Uma das enfermeiras da UTI do Hospital Universitário, onde minha mãe passou suas duas últimas semanas de vida, me contou que quando ela já estava bem fraca, uma noite antes do quadro dela se agravar, ela disse com a voz bem baixinha que estava doendo muito e que já não agüentava mais. Depois pediu para que lhe ensinassem o caminho do céu e entoou um hino de louvor que a enfermeira não soube dizer qual era. Tenho certeza de que quando ela pediu para aprender o caminho do céu, ela estava vendo um anjo lindo na frente dela, ou quem sabe até mais de um. E que, a partir daquele momento, ela começou a se livrar de toda a dor e sofrimento. Mãe, eu sei que você pode me ouvir. Obrigado por essa vida maravilhosa que você nos deu, obrigado por ter sido a melhor mãe do mundo. Te amamos e você sempre estará em nossas mentes e corações. Olha por nós. Fica com Deus."

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Rio 2016, Copa 2014. É o Brasil para o mundo!




Quero ser sonhador e no mínimo acreditar que as coisas podem dar certas. Não quero fazer nenhuma apologia a nada e nem entrar em discussões infindáveis sobre o tema. MAS EU FICO FELIZ EM TER UMA OLIMPIADA NO RIO EM 2016. E mais... isso combinado com a “nossa” Copa do Mundo de Futebol em 2014 é como se gritássemos ao mundo que o Brasil existe.

Se o Presidente Lula deitou e rolou em cima dessa escolha?
É óbvio que sim! E qualquer outro político em seu lugar faria o mesmo, ou não? Os Jogos Olímpicos sempre tiveram pontuações políticas. Moscou em 1980 sem atletas americanos e a resposta em Los Angeles em 1984 sem atletas da antiga União Soviética. O atentado a delegação de Israel em Munique em 1972 uma marca triste na história dos Jogos. Até Hitler interferiu na maior celebração do esporte do planeta.

Exemplos de problemas financeiros?
Sim, existem Montreal e Atenas. Porém, existem exemplos de cidades que se beneficiam eternamente do legado de ter sido uma cidade sede. Mas como comecei este texto... não vou analisar nada!

Segue um desabafo:

Cresci ouvindo que Olimpíadas sempre acontecia longe e que nunca aconteceria no Brasil. Ouvia também que não tínhamos atletas... Sempre fomos os pobres divertidos do planeta com samba e futebol. Ué?
Futebol não é esporte? Ah! Sim desde criança já soube das conquistas do Brasil no Futebol... vivenciei o tri em 1970, o jejum, o tetra e o penta! E nunca entendi muito bem uma Copa em 1950 no Brasil e porque não teríamos outra Copa. E pior, testemunhamos duas Copas na Alemanha. Além de duas Copas no México e na Itália. E porque não no Brasil?. Enfim... desencantou Copa e Olimpíadas em nosso País e ainda serei um jovem senhor se Deus quiser para assisti-las. E olha só passamos americanos, japoneses e espanhóis e nosso Rio de Janeiro que mesmo machucadinho continua lindo e a cidade maravilhosa foi a escolhida!

Vou torcer muito e se puder ajudar para que tudo dê certo. Novos tempos sinalizam que pode dar certo sim! Sem uruca ou pessismismo... se for o caso fiscalizemos, mas “zica” não! Isso está no passado.

domingo, 4 de outubro de 2009

Ousadia teatral com forte sensibilidade


“As troianas – Vozes da Guerra” é a ousada montagem teatral do diretor Zé Henrique de Paula e seu Núcleo Experimental. A base é a tragédia grega de Eurípides em um interessante paralelo com mulheres judias na II Guerra Mundial em uma livre adaptação. Os cenários muito belos são de uma simplicidade eficiente. Nas primeiras cenas ainda é utilizado um recurso de multimídia com a exibição de um filme especialmente produzido para o espetáculo.

Os cenários são de uma beleza tocante e simples e que reforçam imagens fortes e marcantes. Essa transformação de um texto clássico (ou mesmo a versão de Jean Paul Sartre) exige uma atenção especial da plateia. Os homens falam apenas em alemão e as mulheres na mesma língua apenas cantam, rezam ou dizem seus nomes.

Todo o trabalho do diretor e a coesão dos atores resgatam a história das sobreviventes do conflito de Tróia, como o que se passa dentro de um campo de concentração, como é ter a privação quase que completa de seus direitos, como são tratadas essas pessoas e se existe esperança numa situação como essa.

Helena, rainha de Esparta, ostentava o título de "mulher mais bela do mundo". Em visita à corte grega, Páris – príncipe de Tróia – conheceu Helena e supostamente a raptou. Menelau, seu esposo, num acesso de raiva e ciúme, estourou uma batalha entre gregos e troianos. Começava aí a famosa Guerra de Tróia. "As Troianas" trata do fim desse conflito vencido pelos gregos. Todos os homens troianos foram mortos. Algumas mulheres sobreviveram, mas foram aprisionadas e viraram escravas do inimigo. Em “As troianas – Vozes da Guerra” os espartanos são bem transpostos em militares nazistas e uma Helena altiva que se diferencia e destaca do grupo de mulheres, porém todos mostram uma comunhão perceptível na qualidade final do que é apreciado por quem os assiste.

A iluminação é um toque especial e um elemento único no cenário engrandece um clima de veracidade do princípio ao final da peça. Uma criança em cena destaca o conflito de mães desesperadas, sem esboçar qualquer mínimo traço piegas. Mesmo quem não gosta de temáticas fortes não consegue deixar de reverenciar um trabalho competente e responsável. A dor das judias (troianas) sozinhas pela perda de seus homens e filhos se defronta com a dureza de alemães nazistas (espartanos). O mais importante é que mesmo para aqueles que desconhecem o texto, a verdade em cena e a dramaticidade dos atores chega a todos e transmite o horror comum e odioso em qualquer conflito de guerra.

Ficha Técnica:
As Troianas - Vozes da Guerra - Drama
De 11/09 a 01/11 - Sex, Sab e Dom
Horário: sex, às 20h30; sab, às 20h e dom, às 19h
Preço: R$20,00 e R$10,00 (meia)
Rua Rui Barbosa - 153 Bela Vista Fone: 3288-0136
Texto: Livremente adaptado de As Troianas, de Eurípides
Direção: Zé Henrique de Paula
Direção Musical: Fernanda Maia
Elenco: Inês Aranha, Norma Gabriel, Kelly Klein, Ci Teixeira, João Pedro de Almeida Teixeira, Alexandre Meirelles, Fábio Redkowicz, Léo Bertero, André Dallan, Bibi Piragibe, Claudia Miranda, Diana Troper, Karin Ogazon, Marcella Piccin, Patrícia Vieira
Atores Convidados: Inês Aranha e Norma Gabriel
Participação em Vídeo: Patricia Pichamone e Sergio Mastropasqua

terça-feira, 1 de setembro de 2009

O Amante de Lady Chatterley *



O espetáculo “O Amante de Lady Chatterley”, é uma adaptação teatral inédita do clássico da literatura inglesa do escritor D.H. Lawrence. A montagem é bastante densa e a interpretação dos três atores é prazerosamente intensa e vigorosa. A narrativa se dá em três níveis. O primeiro é relação do autor do livro e o processo de censura na Inglaterra e no Estados Unidos. O ator Germano Pereira interpreta Lawrence, quando mostra suas sensações e reflexões sobre os fatos e até seu julgamento. O mesmo ator interpreta Mellors, o amante.

A história tem sua base na jovem inglesa burguesa Constance, “Lady Chatterley” (Ana Carolina Lima) que aceita casar com o Lord Clifford (Ailton Guedes), seu antigo namorado que perdeu o uso das pernas e ficou impotente durante a Segunda Guerra Mundial, e que terá um relacionamento explosivo e liberador com o guarda-caça da propriedade deles, Mellors que começa com uma previsível forte atração sexual, mas que evolui para uma enorme paixão.



A iluminação é auxiliar na narrativa das duas histórias: a reflexão do escritor e a trama em si. A inclusão de uma tela de projeção dá cortes expressivos nas cenas que pontuam mais do que um simples recurso cenográfico. Com as luzes mais fracas, os personagens quase dialogam com o público e as luzes mais fortes indicam as cenas em si com a relação direta entre os personagens.

Uma trilha sonora inusitada provoca um dinamismo em todas seqüências. A alusão a Lady Jane, alcunha intima do órgão sexual de Constance recebe de fundo canção homônima dos Rolling Stones em versão instrumental. Um tango bem marcado mostra a intensidade dos encontros coreografados de Constance e Mellors.

Em 1959, o livro de Lawrence foi finalmente liberado, por uma decisão da Corte Suprema norte-americana deu margem assim ao fim da Censura. A decisão confirmava que todo cidadão tem o direito de ler o que bem entender, sem censura prévia. O Livro que existia apenas em edições piratas se tornou um enorme best-seller e foi adaptado algumas vezes para o cinema e, recentemente, numa versão francesa premiada. Adaptar um texto clássico nem sempre é algo confortável, mas a habilidade de manter os contratos entre os três personagens pode contar com uma flexibilização de linguagem, o que possibilitou uma fácil compreensão e associação aos dias de hoje. Acima de tudo, fica a proposta de retratar uma história de afirmação do desejo e da liberdade feminina.



* Em cartaz no Espaço Satyros 2 com Germano Pereira, Ana Carolina Lima e Ailton Guedes. Direção Geral: Rubens Ewald Filho, Dir.Arte e Figurinos: Nadine S.Trzmielina, Direção Musical: Maestro Marcello Amalfi e Ivam Cabral, Coreografia tango: Osmar Odone e Sol Viviano, Iluminação: Flavio Duarte, Sonoplastia: Nilson Poeta, Fotografia: Paola Prado, Center Vision equipamentos: Nilson A.Rodrigues, Visagismo: André Mateus, Assistência Geral: Sergio S. Santos, Objetos e Pinturas: José P.Queiroz Filho, Costureiras: Kako Furui e ass. Eliane Ferreira
Serviço:
Data e Horário: Domingos às 20h30
Local: Espaço Satyros 2
Endereço : Praça Roosevelt, 134 - São Paulo
Telefone: (11) 3258. 6345
Duração: 80 minutos
Lotação: 90 lugares
Ingressos: R$ 20,00 / meia entrada R$ 10,00

O Diretor Rubens Ewald Filho fala sobre a peça durante apresentação no Festival de Curitiba:

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Amor aos animais!

A doce Maria é uma convivência de 11 anos. Amor incondicional é a única expressão que traduz o que ela me transmite. Um amor tão forte que dói...


Algumas frases:

Em se tratando de fidelidade, devoção, amor, muitos homens estão aquém do cão ou do cavalo. Que maravilhoso seria se pudessem ao menos antes do julgamento final, afirmar: ‘Eu tenho amado tão verdadeiramente ou sido tão decente quanto o meu cão.’ E ainda assim os chamam de ‘apenas animais!’ Henry Ward Beecher

Ao se estudar as características e a índole dos animais, encontrei um resultado humilhante para mim. Mark Twain



Virá o dia em que a matança de um animal será considerada crime tanto quanto o assassinato de um homem. Leonardo da Vinci

A compaixão pelos animais está intimamente ligada à bondade de caráter, e pode ser seguramente afirmado que quem é cruel com os animais não pode ser um bom homem. Arthur Schopenhauer

Por favor assistam o vídeo abaixo e divulguem:




domingo, 12 de julho de 2009

Broadway em São Paulo




Há dois dias recebi um telefonema e fui informado de uma cortesia de dois convites VIP para assistir o musical “A Noviça Rebelde”. Fiquei entusiasmado, embora desde que esses musicais “importados” começaram suas temporadas no Brasil, eu não consegui deixar de ter os dois pés atrás.

Convidei um querido amigo e lá fomos nós para o Teatro Alfa, na Zona Sul de São Paulo. Ficamos felizes, pois a tal cortesia nos posicionou num local privilegiado da plateia.

Começa o espetáculo...

A cena inicial e com a aparição da protagonista “Maria”, o eixo do musical já era notado: grandiosidade, primor e uma técnica extremamente trabalhada e aplicada. O musical parte do momento em que a jovem Maria (Kiara Sasso) deixa o convento para ser a nova babá dos sete filhos do viúvo Von Trapp (Saulo Vasconcelos). As crianças, que vivem em um regime de ordem e afugentam todas as moças que aparecem para cuidar delas, passam a viver com música quando a noviça entra em suas vidas. O elenco infantil é, em muito, responsável pelo encanto proporcionado pela peça.
Emoção! Emoção! Emoção!
A cada minuto senti a força desse elenco maravilhoso! Impecável! Já que competência e estrutura para grandes musicais não nos falta. Fico ansioso por ver um texto brasileiro. Que tal?



SERVIÇO:

A Noviça Rebelde
R. Bento Branco de Andrade Filho, nº 722, Santo Amaro.Altura do nº 18.591 da Avenida das Nações Unidas.
O Teatro Alfa localiza-se anexo ao Hotel Transamérica.

A superprodução, que recebeu cinco indicações ao Prêmio Shell de Teatro, garantiu aos diretores Charles Möeller (direção geral) e Claudio Botelho (direção musical) o prêmio na categoria especial, pela contribuição ao gênero musical no cenário carioca.
Um elenco formado por 44 atores-cantores, que se revezam entre 31 personagens, conta uma adaptação da história verídica da família Von Trapp, escrita em 1949 por Maria Augusta Trapp, no livro "The Story of the Trapp Family Singers". A montagem apresenta uma versão brasileira do texto estreado na Broadway em 1959. E foge em alguns aspectos do clássico ganhador de cinco prêmios Oscar, "The Sound of Music" (EUA, 1965), protagonizado pela atriz Julie Andrews. A montagem, que tem duração de 2h45, com intervalo de 15 minutos entre os dois atos, permanece em cartaz até 2 de agosto, com possibilidade de prorrogação.



terça-feira, 7 de julho de 2009

We are the children...



Hoje é o sepultamento de Michael Jackson! Ingressos, nomes famosos cantando em homenagens. Funeral virou show! No dia da morte do chamado “Rei do Pop” eu estava em casa de licença médica. Na minha atual fase “pré-50” estou muito mais observador do que sempre fui! Essa condição incontestável de evolução no processo de envelhecimento humano tem me feito muito bem! Se não faz bem ao corpo, enriquece bastante cérebro e alma!

Acompanhei bem o bombardeio nas mídias de massa sobre o falecimento de mais um ícone do final do século XX e dessa vez a Internet teve um destaque enorme... Os portais foram mais ágeis e ao mesmo tempo a pesquisa de tudo sobre o artista congestionou essa rede.

Sou uma pessoa emotiva! Não posso negar. Mas o que aconteceu comigo? Dessa vez a emoção foi “ZERO”. E não consegui entender o por quê. Quem tem menos de 60 anos não teve sua vida sem nenhum momento embalado pela voz do mega astro. Dois ou três dias passaram e nada de emoção. Aliás, não vi também choros histéricos como na morte de Elvis Presley, por exemplo, ou até de Ayrton Senna. Assistindo ao “making of” de um clipe realizado no Brasil (Salvador e Rio de Janeiro), consegui sentir uma faísca de emoção. Porém, meu coração bateu por outras razões de ver nosso povo ali expressado.

Uma semana depois e ouvi um colunista da Band News FM expressar uma análise que além de ter minha total concordância, explicou a minha “frieza” ante o fato. Ouvi a seguinte frase: “Michael Jackson precisou morrer para voltar a ser humano!” É isso! Como poderia me emocionar? Ao me livrar desse sentimento pude enfim entender esse grande fenômeno de massa que foi sua vida. E de repente, a lembrança do Michael criança (sim, eu me lembro dele com uns 10 anos de idade). Eu era criança também e até desenho animado os “Jacksons 5” tinham... e ai ao som de “ABC, one-two-three” fiquei com a imagem daquele garoto negro bochechudo e que cantava com uma voz inesquecível que as crianças pulavam. Doce lembrança! “we are the world, we ar the children...”

domingo, 7 de junho de 2009

Moon River




Há cinco anos, uma parte de mim transmutou em essência, naquilo que de verdade eu acredito. Existem muitos marcos em nossas vidas. E com certeza, avalio a minha existência em antes e depois do dia 7 de junho de 2004. O falecimento de meu pai fez surgir novas reflexões em todo os meus conceitos de vida! Porém, estas são lembranças muito pessoais e íntimas e que não cabem ser descritas por aqui.

Ontem, já meio que me preparando para a memória dos cinco anos hoje relembrados, algo inusitado aconteceu. Estava em um passeio descompromissado por um shopping e da prateleira de uma grande livraria um DVD saltou aos meus olhos. Mais forte que o filme, a trilha sonora me trouxe lembranças com uma das músicas favoritas de meu pai. Era a inesquecível canção “Moon River” de Henry Mancini e Johnny Mercer, vencedora do Oscar de 1961 (ano anterior ao de meu nascimento). É a trilha do filme Breakfast at Tiffanys’s, que no Brasil foi renomeado muito superficialmente de “Bonequinha de Luxo”. Audrey Hepburn está magnífica no papel de uma descuidada e maluquinha garota de Nova York, conhecida como Holly Golightly.

Comprei o DVD e rapidamente voltei para casa. Lembro de comentar sobre este filme com meu pai. E naquelas relações normais pai-filho não me ative ao seu comentário de que achava o filme muito bom. Por que seria bom? Pelo roteiro? Por conta da atriz bonitona? Pelo clima de festa na trama? Eu já havia assistido a este filme outras vezes. E ao ver a famosa atriz na tela, o visual era muito similar ao de minha mãe pronta para uma festa elegante!

Sentado no sofá... DVD a postos e o controle remoto treme em minhas mãos. Quando ainda no menu, a música tema entoa alto seu refrão em minha sala, eu rapidamente senti um gelado em minhas coxas que eu sentia ao sentar de shorts no chão de minha casa, com algo em torno de três anos de idade. O piso frio, um enorme móvel de madeira com um imponente “Estéreo da Philips” e meu pai colocando um LP de vinil com uma foto do filme. Um choro profundo brotou do mais fundo de minha alma. Uma emoção que não sei descrever... Uma lembrança confusa, uma segurança que não tenho mais! Um mundo lindo e cheio de sonhos que eu vivi. Deixei esta emoção aflorar até me acalmar. Assisti ao filme!

Viajei em conversas que não tive com meu pai. E naquilo que não conversamos, ou talvez ontem nossos corações dialogaram sobre como ele via o mundo e como talvez estivesse assustado com as mudanças ocorridas nestes cinco anos. Estaria maravilhado com a evolução tecnológica que ele tanto admirava, mas assustado com os rumos deste planeta neste século 21, que ele pouco conheceu!

Vendo todo o filme, eu acredito que entendi porque ele o apreciou no começa da década de 60. Como filho tive sempre aquela avaliação dele como pai conservador. Hoje, eu tenho certeza que ele não era a ápice de um vanguardista, mas muito longe dos pensamentos super tradicionais. Um pouco machista, talvez tenha sido! Mas nada além do que a maioria dos homens de sua geração foram.

Entendi tudo. O filme mostra trechos de ascensão social, envoltos por um estilo “bon-vivant” romântico. Esse era meu pai! E essa é a doce lembrança que hoje juntei do passado.

Trailler do Filme "Breakfast at Tiffany's"

Ouça a versão original e outras gravações de Moon River:

Moon River (02'44'')
Intérprete:
Henry Mancini Compositor: Mancini Álbum: The Best Of Henry Mancini

Moon River (03'23'')
Intérprete:
Nancy Gustafson/Luciano Pavarotti Compositor: Mancini Álbum: Pavarotti & Friends 2

Moon River (02'58'')
Intérprete:
Zizi Possi Compositor: Henry Mancini Álbum: Para Inglês Ver... E Ouvir

Moon River (03:41)
Intérprete:
Barbra StreisandCompositor: Johnny MercerÁlbum: The Movie Album


Moon River (02:44)
Intérprete:
Ray ConniffCompositor: H. Mancini/J. MercerÁlbum: Ray Conniff'S World Of Hits