terça-feira, 27 de março de 2018

Maturidade: passaporte para liderança

Quando bem mais jovem, eu imaginava que maturidade era um estágio de nossas vidas a ser alcançado. Já na faixa dos 40, eu percebi que maturidade era um processo constante e em evolução. Esse processo não tem relação direta com faixa etária, mas sim com o processo de estar preparado e seguro. São muitos focos como: maturidade emocional, maturidade sentimental, maturidade de convivência familiar e social, maturidade política, maturidade profissional e até maturidade de vivência corporativa, que o que vamos abordar.

Accountability é o termo que define um novo conceito já utilizado em todo mundo e que está se disseminando por todo Brasil. Este conceito entende competências que reestudam a visão de poder. Os novos líderes de sucesso passaram a ser aqueles que não temem assumir erros. Eles não se preocupam e até estimulam que suas equipes se desenvolvam para serem melhores do que eles mesmos. Um dos maiores especialistas neste tema, Jonathan Raymond em entrevista na Revista Você S/A diz que, “em uma nova estrutura organizacional, o líder é o maestro de uma sinfônica. Sua função não é impor o poder, mas compartilhar a responsabilidade com todos”.

A maturidade não segue necessariamente um paralelo com a cronologia da vida humana. Claro que existem precoces e tardios, porém devem ser tratados como exceção. O desejável seria que os jovens líderes estivessem plugados nestes conceitos da mesma maneira que ainda trazem com muito frescor os conteúdos adquiridos em salas de aulas e nas discussões de mercado. A imaturidade em geral traz certa arrogância e prepotência que dificulta alguns destes promissores e esforçados talentos assumirem seus erros. A vaidade não os permite entender essas auto avaliações como parte de um aprendizado de vida, evolução nas suas carreiras e também como solidificação de status profissional.

A expressão accountability surgiu no setor público dos USA, quando a transparência foi exigida como prestação de contas clara e para responsabilizar governantes por seus atos. E já no final da primeira década do século XXI, ganhou força durante a crise econômica. Até então os conceitos de responsabilidade e culpa se confundiam, e os erros muitas vezes eram escondidos nas gavetas, o que além de ocultar os fatos impediam a evolução de empresas e profissionais. Essa nova postura cada vez mais exigida fez com que todos se reciclassem. É muito importante entender qual a responsabilidade tanto de líderes quanto de liderados, pois se as posições são claras, não há porque procurar culpados e desculpas por falhas que já são sempre esperadas em qualquer processo profissional. Pensar em um mundo corporativo infalível, além de utópico não é nada inteligente.

A maturidade profissional e corporativa é o grande catalisador que garantirá o sucesso. Não adianta nada querer explicar aos outros quais são seus papéis se não soubermos quem somos nós e nossa função nas organizações e como nos inserimos em seus objetivos estratégicos. Por mais que novas ideias surjam, a maturidade nos assegura compreender que toda empresa é viva e tem sua história, crenças e valores (mesmo que equivocadas) que precisam ser trabalhadas, mas acima de tudo respeitadas. Bons líderes percebem e administram o clima organizacional a seu favor. E é a maturidade também, que transformará estes jovens profissionais mais do que chefes em verdadeiros líderes.

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